Há hoje na Bahia um movimento que infelizmente insiste em crescer, o Movimento dos Sem Teto (MSTB). Milhares de desabrigados vivem em conjunto em assentamentos precários por questões sócio-econômicas, sem ter direito ao que a constituição rege com base para qualquer indivíduo brasileiro: educação, saúde e moradia. Esse movimento surgiu num contexto de luta pela reintegração de posse de uma área que após ser ocupada por 700 famílias que não tinham como e para onde ir, deveriam ser expulsas do local. A realidade fática demandou o surgimento de uma organização para uma melhor defesa contra as reações adversas.

O MSTB se baseia em quatro princípios norteadores: A horizontalidade, a autonomia, a solidariedade e o poder popular, segundo consta no documento da Cartilha do II Congresso Estadual do MSTB. A autonomia em relação aos partidos políticos e aos governos; a horizontalidade nas relações de poder entre a base e a coordenação, sendo que a força da organização deve estar nos espaços coletivos de discussão; a solidariedade aos outros movimentos que lutam contra todas as formas de opressão e exploração.

O equipe psico-sócio-pedagógico Educar para Vivir trabalha em apoio à luta do MSTB pela moradia digna: com saúde, educação, segurança, cultura, lazer, meio ambiente equilibrado. Porém não se restringindo a isso, afirmando ter como objetivo maior a construção das comunidades do bem-viver. Estas, que ainda são um conceito indeterminado, podem ser delineadas como a busca por uma sociedade baseada nos valores da comunidade, solidariedade e do poder popular.

No MSTB, a existência de brancos pobres e de descendentes de homens e mulheres «batizados» a ferro e fogo como «indigenas» se entrelaça com cores, traços e gestos de uma fortíssima presença de negras e negros, formando um conjunto simbólico que desde o período colonial tentou realizar sonhos de justiça e igualdade social.

Dentro desse movimento há pessoas e organizações que atuam no sentido de (re)inseri-los na sociedade, seja através de capacitações para trabalho, capacitações políticas ou de intervenções com crianças. Uma dessas intervenções é feita pela nossa colega de Educar para Vivir, a terapeuta ocupacional e mestre em psicologia Adriana Balaguer:

«A idéia surgiu a partir da minha pesquisa de mestrado, realizadas na UFBA, em Psicologia do Desenvolvimento. Há uma demanda, nessa área do saber, de conhecer diferentes contextos onde a criança se desenvolve. Como o MSTB é um nicho de desenvolvimento novo, surgido nos últimos 10 anos e ainda não havia sido pesquisado, enquanto contexto de desenvolvimento específico na Bahia, achamos que esse seria o início de um novo campo de pesquisas. Foram pesquisadas duas ocupações, por um ano: a Ocupação Cidade de Plástico e a Ocupação Quilombo Paraíso.»

O MSTB vem modificando o cotidiano de muitas pessoas da cidade do Salvador, seja pelas ocupações, seja pelas caminhadas e paralisações de ruas e avenidas, mostrando que podemos sim reverter a posição pacífica da sociedade em relação aos menos favorecidos. Por isso, trabalhos que defendem o ponto de vista de inserção dessa parcela na população na sociedade, seja no entendimento de como ela funciona ou não, devem ser expostas, entendidos e debatidos por todos.

Brincaderas no MSTB

Adriana Balaguer com as crianças do MSTB

«As crianças deste contexto vivem em um ambiente comunitário, muitas vezes compartilhando espaços de moradia, experimentando situações de instabilidade e precariedade habitacional e monetária em uma realidade sócio-econômica desfavorecida. Apesar disso, elas se desenvolvem e tem uma rotina de estudos brincadeira e cuidados gerais que podem favorecer seu desenvolvimento e, em alguns casos, garantir seu suporte emocional. Portanto, vale ressaltar que apesar da pobreza material poder ser um fator de risco, a mesma não é determinante para um resultado de desenvolvimento negativo.» 

Há hoje na Bahia um movimento que infelizmente insiste em crescer, o Movimento dos Sem Teto (MSTB). Milhares de desabrigados vivem em conjunto em assentamentos precários por questões sócio-econômicas, sem ter direito ao que a constituição rege com base para qualquer indivíduo brasileiro: educação, saúde e moradia. Esse movimento surgiu num contexto de luta pela reintegração de posse de uma área que após ser ocupada por 700 famílias que não tinham como e para onde ir, deveriam ser expulsas do local. A realidade fática demandou o surgimento de uma organização para uma melhor defesa contra as reações adversas.

O MSTB se baseia em quatro princípios norteadores: A horizontalidade, a autonomia, a solidariedade e o poder popular, segundo consta no documento da Cartilha do II Congresso Estadual do MSTB. A autonomia em relação aos partidos políticos e aos governos; a horizontalidade nas relações de poder entre a base e a coordenação, sendo que a força da organização deve estar nos espaços coletivos de discussão; a solidariedade aos outros movimentos que lutam contra todas as formas de opressão e exploração.

O equipe psico-sócio-pedagógico Educar para Vivir trabalha em apoio à luta do MSTB pela moradia digna: com saúde, educação, segurança, cultura, lazer, meio ambiente equilibrado. Porém não se restringindo a isso, afirmando ter como objetivo maior a construção das comunidades do bem-viver. Estas, que ainda são um conceito indeterminado, podem ser delineadas como a busca por uma sociedade baseada nos valores da comunidade, solidariedade e do poder popular.

No MSTB, a existência de brancos pobres e de descendentes de homens e mulheres «batizados» a ferro e fogo como «indigenas» se entrelaça com cores, traços e gestos de uma fortíssima presença de negras e negros, formando um conjunto simbólico que desde o período colonial tentou realizar sonhos de justiça e igualdade social.

Dentro desse movimento há pessoas e organizações que atuam no sentido de (re)inseri-los na sociedade, seja através de capacitações para trabalho, capacitações políticas ou de intervenções com crianças. Uma dessas intervenções é feita pela nossa colega de Educar para Vivir, a terapeuta ocupacional e mestre em psicologia Adriana Balaguer:

«A idéia surgiu a partir da minha pesquisa de mestrado, realizadas na UFBA, em Psicologia do Desenvolvimento. Há uma demanda, nessa área do saber, de conhecer diferentes contextos onde a criança se desenvolve. Como o MSTB é um nicho de desenvolvimento novo, surgido nos últimos 10 anos e ainda não havia sido pesquisado, enquanto contexto de desenvolvimento específico na Bahia, achamos que esse seria o início de um novo campo de pesquisas. Foram pesquisadas duas ocupações, por um ano: a Ocupação Cidade de Plástico e a Ocupação Quilombo Paraíso.»

O MSTB vem modificando o cotidiano de muitas pessoas da cidade do Salvador, seja pelas ocupações, seja pelas caminhadas e paralisações de ruas e avenidas, mostrando que podemos sim reverter a posição pacífica da sociedade em relação aos menos favorecidos. Por isso, trabalhos que defendem o ponto de vista de inserção dessa parcela na população na sociedade, seja no entendimento de como ela funciona ou não, devem ser expostas, entendidos e debatidos por todos.

Brincaderas no MSTB

Adriana Balaguer com as crianças do MSTB

«As crianças deste contexto vivem em um ambiente comunitário, muitas vezes compartilhando espaços de moradia, experimentando situações de instabilidade e precariedade habitacional e monetária em uma realidade sócio-econômica desfavorecida. Apesar disso, elas se desenvolvem e tem uma rotina de estudos brincadeira e cuidados gerais que podem favorecer seu desenvolvimento e, em alguns casos, garantir seu suporte emocional. Portanto, vale ressaltar que apesar da pobreza material poder ser um fator de risco, a mesma não é determinante para um resultado de desenvolvimento negativo.» 

Educar para Vivir se une à voz do Movimento Sem Teto da Bahia (MSTB) do BrasilEducar para Vivir se une à voz do Movimento Sem Teto da Bahia (MSTB) do Brasil